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Dra. Mayana Zatz realiza palestra na UniMAX

Palestrante apresenta Zika vírus como aliado no combate ao câncer

 Publicado em  09/09/2019 às 10h30  Indaiatuba  Educação


“Como é que se transforma o inimigo em aliado como o Zika vírus transmitido pelo Aedes Aegypt, mosquito considerado estritamente eficiente, pois consegue transportar Dengue, Zika vírus e Chikungunya? ”, questionou a Dra. Mayana Zatz, geneticista e professora da USP, durante palestra ministrada para o programa “Fronteiras na Saúde” promovido pelo curso de Medicina da UniMAX – Centro Universitário Max Planck de Indaiatuba.

Mayana destacou que das três doenças trazidas pelo mosquito, a que menos apresenta sintomas é o Zika vírus. O principal problema identificado foi entre mulheres grávidas que, ao serem infectadas, tiverem bebês com microcefalia e outras más formações. “Fizemos pesquisas com gêmeos, cuja a mãe foi infectada, e um deles nasceu com microcefalia e outro não. E a grande questão foi: o que protege alguns bebês? O que aumenta o risco disso? ”, contou.

Segundo a docente, a hipótese da pesquisa foi que pudesse haver diferenças genéticas nas células neuro-progenitoras que atuam na formação do cérebro do bebê. Então, geraram em laboratório estas células de três pares de gêmeos (em que um era afetado e outro não) e infectaram as células com o vírus da Zika. A conclusão foi a de que nos gêmeos afetados, o vírus replicava muito mais rápido e a de que o vírus estava interessado no cérebro em formação. “A partir disso, pensamos: será que o vírus destrói tumores cerebrais, porque também são ricos em células progenitoras? Assim nasceu o projeto Zika vírus e câncer”.

“Observamos que havia um efeito oncolítico potente exatamente em tumores do sistema nervoso central. O vírus infecta o tumor, as células estão destruídas e o tumor libera antígenos e inflamação, que ativa o sistema imune e mesmo as células cancerígenas longe do tumor podem ser destruídas”, revelou.

Para avaliar a segurança do tratamento, também foram realizados testes em cães com tumores cerebrais semelhantes aos dos seres humanos e que auxiliaram no desenvolvimento de terapias que podem beneficiar tanto pacientes humanos como caninos. “A pesquisa mostrou que houve uma ativação real do sistema imune, confirmando o efeito oncolítico em tumores sem tratamento e de difícil acesso. O vírus não apenas destrói a células cancerosas como ativa o sistema imune”, ressaltou.

Outros estudos, perspectivas e avanços da Medicina foram apresentados por Mayana, que explicou também que as doenças genéticas atingem 3% das crianças nascidas de pais normais, são responsáveis por 50% das mortes no primeiro ano de vida e por um terço das internações em hospitais pediátricos. “Quanto mais são resolvidas as doenças infecciosas maior fica a importância relativa das doenças genéticas”, disse. “Doença genética não é sinônimo de doença hereditária”, completa.

Por fim, entre as principais revoluções da Medicina nos últimos 30 anos, a professora destacou o Projeto Genoma Humano, a clonagem da ovelha Dolly, as células-tronco e a edição de genes.

 

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